Um Balanço do Venture Capital

Caio Feijó
3 min readApr 22, 2021

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O Venture Capital no 1T21: como foi e o que esperar para o ano?

Não é novidade para quem atua no mercado de Venture Capital (“VC”) — e no ecossistema de inovação como um todo — que 2020 se consolidou como o melhor ano para o segmento no Brasil.

Segundo dados da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), em seu relatório do 4T20, os investimentos de Venture Capital movimentaram R$14,6 bilhões no ano de 2020, representando cerca de 60% dos investimentos totais do segmento de Private Equity e Venture Capital; ou seja, o Venture Capital superou o Private Equity — que movimentou um total de R$9,1 bilhões no ano, algo que jamais havia acontecido na história da indústria.

Partindo disso, o primeiro trimestre de 2021 era uma incógnita para representantes do setor. Com a pandemia ainda em curso, incertezas fiscais, e indicadores econômicos desfavoráveis para o segmento — aumento da taxa básica de juros e risco brasil (CNN BRASIL), por exemplo — havia-se dúvidas quanto ao comportamento do mercado de inovação e, consequentemente, dos investimentos via Venture Capital, tanto para o primeiro trimestre, quanto para as perspectivas do ano de 2021.

Em relatório divulgado pela ABVCAP sobre o primeiro trimestre do ano, apenas o fundraising teve desempenho inferior se comparado ao ano passado — R$1,3 bilhões totais (1T21) contra R$2,1 bilhões totais (1T20).

Entretanto, de forma geral, os investimentos totais do segmento de PE e VC no 1T21 superaram os realizados no ano anterior em cerca de 87% — R$10,7 bilhões (1T21) contra R$5,7 bilhões (1T20) — e para o segmento de Venture Capital houve um aumento de investimentos em cerca de 266% — R$8,8 bilhões (1T21) contra R$2,4 bilhões (1T20).

Em nossa atuação na INVISTO como participante do ecossistema de inovação, foi possível perceber essa tendência positiva do mercado demonstrada em alguns números do nosso pipeline de oportunidades de investimento.

Desde o início de janeiro até o final de março, foram 98 startups cadastradas para análise de diversos segmentos — Fintech (17%), Healthtech (16%), HRTech (9%), Agrotech (7%), Logtech (6%), etc. — com variados modelos de negócio — B2B (61%), B2B / B2C (12%), B2C (10%), B2B2C (4%), etc. — e com maioria de: (1) base SaaS (71%), (2) com Receita Recorrente Mensal acima dos R$100 mil (38%), e (3) Localizadas no Sul (35%) ou Sudeste (40%). Dessas empresas cadastradas, cerca de 5% avançaram para estágios de análise avançada, e duas representam potenciais investimentos ainda no primeiro semestre de 2021.

Até o presente momento, definitivamente 2020 foi o ano do Venture Capital no Brasil, porém ao observar o movimento do segmento no 1T21, é impossível não indagar se 2020 ainda permanecerá como o ano marcante para essa indústria, ou se 2021 apresentará um cenário de maior movimento com maior volume de captações e investimentos e, por conseguinte, com maior destaque para essa indústria.

Em conjunto, a análise dos números realizados no mercado nesse 1T21 — aumento dos investimentos e da participação do VC nos investimentos — somado aos movimentos do dia a dia do Venture Capital observados na prática através do pipeline da INVISTO — número razoável de startups analisadas e potenciais investimentos no primeiro semestre, apontam que o ano de 2021 poderá ser melhor que o ano de 2020, tanto para os players do mercado de VC, quanto para os demais inseridos no ecossistema de inovação.

De forma geral, independente da incerteza do que será, de fato, o ano de 2021, e qual ano se concretizará como o maior destaque para a indústria do Venture Capital (2020 ou 2021), a análise do mercado juntamente com os principais dados estatísticos indica que o VC vive seu melhor momento da história, e as tendências apontam para uma crescente consolidação deste mercado.

#venturecapital

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